quinta-feira, 7 de março de 2013

Puta, drogada e histérica

Olá, querido Brasil,

Venho por meio desta descrever a minha função social no país. Sou puta, drogada e histérica. Minha intenção com isso é que, se meus direitos como cidadã são reduzidos, gostaria que meus deveres também o fossem. Seria bom se eu não tivesse que ser obrigada a votar e que a mordida do leão no meu Imposto de Renda fosse menor.

Ah, já falei que sou puta, drogada e histérica, né?

Na verdade, sou uma brasileira solteira, que sonha com o dia em que terei controle sobre meu corpo, quando abortar será algo não só destinado às altas classes sociais, que fazem o procedimento nos chiques, modernos e assépticos consultórios de seus ginecologistas por R$ 5.000. Pena que a empregada doméstica dessas senhoras nobres tenha que abortar no quarto imundo de uma parteira do bairro, com talos de couve e agulhas de tricô perfurando seu útero. Mas para vocês SOU PUTA.

Gosto de tomar minha cervejinha com os amigos, voltando para casa de táxi ou metrô, sem burlar a Lei Seca com trocadinhos ou "você-sabe-com-quem-está-falando". Então, para os nobres homens da lei SOU DROGADA, onde já se viu MULHER DE FAMÍLIA BEBENDO?

E claro que, por ser solteira, SOU HISTÉRICA. Afinal, essas FEMINISTAS só reclamam mesmo por falta de homem, pensam os senhores. Uma pica dura nos faz mais feliz e subservientes, CLARO.

Senhores, vão tomar no cu.

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