quinta-feira, 28 de junho de 2012

Homens de polvilho

Duas coisas que eu gosto muito: homens e biscoitos de polvilho. Duros, branquinhos ou torradinhos e são encontrados em qualquer esquina; porém os melhores, aqueles que guardamos para comer depois e sempre queremos mais, são bem difíceis de serem achados.

Se eu pudesse, todo dia comeria um dos dois. Mas os biscoitos engordam, e os homens às vezes nos fazem ganhar alguns quilinhos também. Atire o primeiro mouse sem fio aquela que nunca traçou uma caixa de Bis inteira chorando por um canalha. Charmoso, sexy e atraente, mas canalha.

Desde que voltei para São Paulo, venho procurando os melhores exemplares dos dois objetos de desejo. Os melhores biscoitos de polvilho são de uma marca do saquinho azul escuro, e se chamam Torradinhos de Queijo. Crocantes, não pegajosos e sempre novinhos, fazem a minha alegria instantânea ao vê-los.

Os biscoitos costumam vir em maior quantidade

E os homens... Desculpa, Criolo, mas tem MUITO amor em SP. Em um passeio rápido pela avenida Paulista vemos mãos, olhares, passos e corpos que se completam. Lindo.

Se já achei meu polvilho, estou procurando meu homem. Crocantes, não pegajosos e sempre novinhos, de preferência. Garotos, copiem os biscoitos!
Se fosse para ter algo razoavelmente normal, eu já teria desde os primeiros dias que retornei. Mas não. Prometi a santos, guias e blogs que não quero nada morno. Nem chá, nem o clima, nem o bolo de fubá que saiu do forno há uns minutos.

Prefiro mais gordinho, porém é o que temos para hoje...

E me pego justificando essa minha espera, a minha procura, para todos. Única solteira de algumas turmas que convivo, ao mencionarem que estou a fim de um carinha, confirmo. Só para justificar o que nem precisaria. É muita satisfação, Brasil. E eu nem teria que fazer isso. Damn it, biscoitos de polvilho são mais fáceis de lidar mesmo: peguei-paguei-comi.

O que quero é o quente e o frio. Uma pessoa que tatua Sound and fury no braço não pode se passar por uma Julieta abnegada. Ela é Lady Macbeth, em fúria.

Quero lençóis que só vivem no chão, um colchão molhado de tanto suor, copo estourando na parede, costas arranhadas, telefonemas na madrugada, táxis fazendo o mesmo percurso mais de uma vez alterando brigas e afetos. Tudo isso eu já tive, e quero de novo.

Tesão. Paixão. Eu não sei quando disseram para nós que o tal do amor tem que vir plácido, monótono e sereno. Dane-se. Isso é a fila do banco que vou, não é o encontro das peles entre eu e o homem que eu amo e me ama.


Assim como o biscoito de polvilho, te quero todo dia, meu homem.


Vem.