segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Situações que me fazem pensar que vivo na televisão (mais especificamente em A Praça é Nossa ou Zorra Total):



Queria mandar beijos, do coração e de luz, para a família Moreira, que foi COMPLETA (120 pessoas) levar o pequeno Lucas Reginaldo  (19 anos e duas passagens pela Polícia) ao aeroporto para sua viagem de férias em Porto Seguro e resolveu se despedir dele NA FRENTE DO PORTÃO DE EMBARQUE. Não é ao lado nem próximo, é EM FRENTE. Daí você, mulher antenada com sua bolsa de mão de 12kg e aquela mala que hahahahaha não tem 115 cm nem fudendo e você terá que espremê-la no bagageiro do avião, passa desviando do clã, sacudindo o bumbum de um lado para o outro enquanto seus pertences saculejam para o lado oposto do seu rebolado;

 
Olha, lá, Agenor, ele está indo embora... Ainda bem que coloquei na mochila dele um frango assado e 2kg de linguiça para ele não passar fome na viagem!

A versão acima também ocorre nos shoppings centers: legal é decidir que filme você verá NA PONTA DA ESCADA ROLANTE. Afinal, ação, emoção e surpresa fazem o seu ticket de R$ 15 do estacionamento valer à pena! E pena mesmo a gente fica dos coitados que vão se acumulando ao final da escada enquanto Felipe e Tathyara escolhem se assistirão Sinuca do Amor ou Enfermeiros do Barulho;

Ai, que susto! Calma, candidato, é só um espelho na ponta da escada rolante...

E aquele pessoal que puxa assunto íntimo no transporte público? Não adianta: você pode estar com aquele fone do ouvido tamanho Motown, mexendo em iPhone, iPad, iPod, iMeuCaralho e mesmo assim vem uma alma defunta ainda viva e começa a matracar. Olha, eu não sou ranzinza e até respondo com simpatia o combo “tá frio/tá quente/ metrô cheio/ banco em greve”, mas, please, como lidar com aquela mulher contando intimidades da cirurgia de apêndice da filha, com TODOS os detalhes ricamente recordados? Só falta a pessoa mostrar a gaze suja de sangue para você acreditar nas mazelas do paciente;

 Eu tenho a pedra que ela tirou dos rins num saquinho aqui na bolsa, quer ver? Peraê...

Você consegue uma pausa no trabalho para resolver o famoso “problema pessoal” (a.k.a. parada). Daí, depois de estacionar seu carro no metrô, pegar um trem, dois ônibus e com um facão desbravar uma pequena selva, você finalmente chega na temida terra de ninguém chamada cartório – uma espécie de Matrix da burocracia – às 16h55. Mas para o relógio dos habitantes locais, são 17h00. Daí o cara, na tua vez da fila, fecha o guichê com barulho (BLAAAAM) e te deixa lá, com aquele misto de desolação e ódio. Aí você sai, vai na lanchonete da frente e resignado compra dez pães de queijo a R$ 2 porque a vida é assim mesmo.

Pode fechar a porta, mas por favor deixe-me tirar meu nariz primeiro.

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